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quinta-feira, 31 de março de 2011

VOL. VI - CARVALHO LEITE


Carlos Antônio Dobbert de Carvalho Leite, ou simplesmente Carvalho Leite, nasceu em Niterói (RJ) a 26 de maio de 1912.
Centroavante no estilo trombador, chute forte, excelente colocação na área e grande cabeceador.
Ele é o segundo maior artilheiro da história do Botafogo com 261 gols registrados (atrás apenas de Quarentinha com 307) e o que fez mais tentos pelo clube em termos de campeonatos estaduais. Foi um dos dois únicos jogadores alvinegros, ao lado de Nilo, a participar da campanha de todos os títulos que culminaram no único tetracampeonato do futebol do Rio de Janeiro.
Disputou doze campeonatos cariocas pelo Botafogo, sendo por nove vezes seu artilheiro-mor e em três goleador máximo da competição.
Se isso não bastasse, participou de duas Copas do Mundo (1930 e 1934) e fez com a camisa da Seleção Brasileira 25 gols em 15 jogos. Por tudo isso, Carvalho Leite é considerado por muitos como o primeiro grande ídolo da imensa galeria de craques alvinegros de todos os tempos.
Começou sua carreira em Petrópolis, jogando pelo Petropolitano. Lá, já demonstrava seus dotes de grande artilheiro e, após integrar a Seleção do Estado do Rio, ao lado de outros futuros jogadores alvinegros como Ariel, Canalli e Afonsinho, foi trazido para General Severiano pelas mãos de Homero Borges da Fonseca, seu amigo e, como não poderia deixar de ser, um apaixonado pelas cores do Botafogo.
Corria o ano de 1929, e Leite já começava a se destacar nos treinos e amistosos, porém sem que ainda pudesse jogar oficialmente pelo novo clube, já que o regulamento da época exigia que, após a transferência de uma liga para a outra, o jogador tivesse que cumprir o estágio de um ano na nova entidade.
Sua estréia aconteceu no dia 14 de setembro de 1929, no estádio das Laranjeiras, na preliminar do jogo em que o time italiano  do Bologna foi derrotado pela seleção carioca por 3 x 1. O Botafogo derrotou por 4 x 2 um combinado de jogadores da A.M.E.A. Além de Carvalho Leite, estrearam outros jovens que defendiam as cores do Petropolitano: seu irmão Fernando, Heitor Canalli e Ariel Nogueira, todos eles propostos sócios pelo dedicado e veterano Homero Borges da Fonseca. Os gols do Botafogo foram marcados por Juju (2), Burlamaqui e Paulinho e o time formou assim: Germano, Alemão e Fernando; Canalli, Ariel e Burlamaqui; Álvaro, Paulinho, Juca da Praia, Carvalho Leite e Juju.
O primeiro gol com a camisa do Botafogo viria menos de um mês depois, a 12 de outubro de 1929, num amistoso em Vitória (ES), na vitória de 3 x 0 sobre o local Floriano.
Assim, o primeiro campeonato que disputou foi o de 1930. O Botafogo vinha de um jejum de 18 anos sem títulos cariocas e o time aliou a experência de veteranos como Nilo, Octacílio, Pamplona e Ariza com o jovem talento de Germano, Martim Silveira, Paulinho Goulart e, principalmente dele, Carvalho Leite.
Dessa forma, foi formada a base para um grande time que conquistaria, não só o título desse mesmo ano, como também os de 1932, 1933, 1934 e 1935. Foi o artilheiro da conquista de 1930, com 14 gols. Ainda no mesmo ano, sua trajetória brilhante o levou a condição de titular logo na primeira Copa do Mundo da qual participou. Porém, a sorte não ajudou no Uruguai. Uma luxação no braço direito o tirou da partida de estréia do Brasil contra a Iugoslávia. Com a derrota neste jogo, a equipe brasileira iria apenas cumprir tabela no jogo seguinte contra a Bolívia, em 22 de julho de 1930.
Um jogo qualquer para muitos, mas não para Carvalho Leite que queria sentir o gostinho de vestir pela primeira vez a camisa da Seleção. Mostrando fibra, ele mesmo optou por tirar o gesso do próprio braço, e, dizendo-se recuperado, participou da vitória brasileira por 4 x 0. Apesar de não ter feito gols, foi muito elogiado pela imprensa uruguaia por ter sido o autor dos passes precisos que resultaram em dois dos gols brasileiros. Isso tudo, apesar das dores que o atormentaram no decorrer da partida.
Em 1931, foi emprestado ao Vasco da Gama, juntamente com Nilo e Benedito, para uma excursão à Europa. O Botafogo também excursionou, e, na volta, não houve tempo suficiente para se obter um melhor entrosamento para o time. Dessa forma, nem mesmo os 13 gols que o fizeram vice-artilheiro do campeonato foram suficientes para dar o bicampeonato carioca ao Glorioso.
Neste mesmo ano, num amistoso entre Rio de Janeiro e São Paulo, no qual Carvalho Leite fez de tudo, de passes milimétricos a gols espetaculares, o Príncipe de Gales, que aproveitara sua visita à Cidade Maravilhosa para assistir ao jogo nas Laranjeiras, fez questão de ir ao vestiário cumprimentá-lo pela excelente partida realizada.
Os quatro anos seguintes seriam de puro festejo e alegria para o Botafogo. E para Carvalho Leite não poderia ser diferente: tetracampeão carioca, artilheiro alvinegro nas conquistas de 1932 (20 gols) e 1935 (16). Segundo suas próprias palavras, o time se entendia as mil maravilhas, tanto dentro como fora dos gramados.
Veio a Copa do Mundo de 1934, na Itália, competição que não lhe deixou boas recordações. O Brasil estreou jogando em Gênova contra a Espanha numa partida eliminatória. Carvalho Leite, que à época revezava-se com Armandinho, ao lado de Leônidas da Silva, no ataque da Seleção, acabou ficando na reserva. A equipe perdeu e voltou mais cedo para casa. Após a Copa, excursionou com o selecionado por diversos países da Europa e acabou por tomar de vez a posição de Armandinho. Só que aí já era tarde demais: o sonho de se tornar campeão do mundo estava definitivamente terminado. Restou o consolo de ter jogado ao lado dos dois maiores jogadores que viu jogar naqueles tempos: Waldemar de Brito e Leônidas da Silva.
De 1936 a 1940, o Botafogo não conquistou mais títulos cariocas, mas Carvalho Leite afirmou cada vez mais sua condição de goleador, sendo o artilheiro do Glorioso nesses cinco anos consecutivos. Conquistou, também, a artilharia máxima dos campeonatos do Rio de Janeiro em 1936, 1938 e 1939, com 15, 16 (empatado com Leônidas, do Flamengo) e 22 gols, respectivamente.
Em 1940, seu último ano jogando uma temporada inteira pelo Botafogo, Carvalho Leite se contundiu no decorrer do campeonato, mas, mesmo assim, seus 10 gols foram suficientes para torná-lo um dos artilheiros do time na competição, ao lado de Pascoal e Patesko.
No dia 17 de março de 1940 fez sua última apresentação pela Seleção Brasileira, com derrota para a Argentina, por 5 x 1.
Em 18 de maio de 1941, em General Severiano, ao machucar-se gravemente no primeiro tempo de um jogo contra o Bonsucesso (vitória de 5 x 1), retirou-se dos gramados para nunca mais voltar. Neste jogo também aconteceu seu último gol com a camisa do Botafogo.
Fez com que uma grande lacuna fosse aberta, lacuna essa que foi prontamente preenchida por um jovem rebelde que aprendeu muita coisa ao seu lado. Jovem este que, como ele, chutava com os dois pés, cabeceava de forma certeira, era vaidoso e fazia tanto sucesso com as mulheres quanto o já doutor do Botafogo. Seu nome: Heleno de Freitas.
Seu último jogo com a camisa do Botafogo aconteceu em 15 de janeiro de 1942, em Salvador (BA), no amistoso contra o Bahia, com vitória de 3 x 1. Geraldino, duas vezes, e Geninho, marcaram os gols da vitória alvinegra.
Além dos títulos conseguidos no Botafogo, foi campeão brasileiro jogando pela Seleção Carioca em 1931, 1935, 1938 e 1939.
Pertenceu ao extinto Colégio de Árbitros e, formado em Medicina, foi o responsável pelo departamento especializado do Botafogo, cargo que ocupou por quase cinqüenta anos.
Foi treinador do Botafogo em várias ocasiões. De 1941 a 1943 e de 1951 a 1953.
Faleceu no Rio de Janeiro, aos 92 anos, no dia 19 de julho de 2004.

sábado, 19 de março de 2011

Vol. V - MARTIM, LA FIERA


Martim Mércio Silveira nasceu em Bagé (RS), no dia 19 de novembro de 1910.
Um dos maiores “center-halfs” do futebol brasileiro, de muita disposição e ao mesmo tempo clássico e elegante. Essa posição, no tempo do sistema 2-3-5, se constituía num trabalho maior do que o exercido por qualquer outro em campo. Centralizava tudo, em torno dele girava um time, por isso alguns cronistas o determinavam como o pivô ou o peão de uma equipe. Havia também quem designasse o “center-half” como o eixo do time.
A carreira de Martim começou em 1928, no Guarany, de sua cidade natal, com 18 anos de idade.
No ano seguinte, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Curiosamente, ao chegar, inscreveu-se para jogar em dois clubes: Flamengo e Botafogo, e optou pelo segundo.
Sua estréia no Botafogo aconteceu em 12 de outubro de 1929, em Vitória (ES), num amistoso que o Botafogo venceu o Floriano local, por 3 x 0.
Duas semanas depois, estreou em jogos oficiais. No dia 26 de outubro de 1930, pelo campeonato carioca, o Botafogo perdeu para o Fluminense, por 2 x 0. Martim foi substituído por Edmundo.
Neste ano, sagrou-se campeão carioca, participando de 20 jogos e marcando 3 gols.
Foi campeão brasileiro jogando pela Seleção Carioca e campeão da Copa dos Campeões Rio-São Paulo, no ano de 1931.
Em 1932 fez sua estréia na Seleção Brasileira, no dia 4 de dezembro, em pleno Estádio Centenário, em Montevidéu, na vitória de 2 x 1 sobre o Uruguai, jogo válido pela Copa Rio Branco daquele ano, troféu conquistado sobre os então campeões mundiais.
Também neste ano tornou-se campeão carioca pelo Botafogo. Esteve presente em todos os 22 jogos disputados pelo alvinegro carioca e marcou três gols.
Passou quase um ano na Argentina, contratado que foi pelo Boca Juniors, de Buenos Aires.
Fez sua estréia no dia 16 de abril de 1933, com vitória de 3 x 1 sobre o Velez Sarsfield.
Menos de um ano depois, deixou a Argentina. Seu último jogo com a camisa do Boca Juniors foi em 19 de novembro do mesmo ano, na derrota de 3 x 1 para o River Plate.
Como curiosidade, duas semanas antes, 5 de novembro de 1933, Martim enfrentou o brasileiro Petronilho de Brito, que era jogador do San Lorenzo. O Boca Juniors perdeu de 2 x 0 e Petronilho de Brito marcou um dos gols.
Os cronistas argentinos o apelidaram de "La Fiera".
Regressou ao Botafogo e foi convocado para a Copa do Mundo de 1934.
Capitão da Seleção Brasileira, participou da partida (única) contra a Espanha, na Copa do Mundo de 1934. O time brasileiro perdeu por 3 x 1.
No dia 2 de dezembro de 1934, no estádio General Severiano, o Botafogo levantou o tricampeonato carioca ao vencer o Andaraí por 2 x 1. Neste jogo Martim fez sua reestréia no Botafogo.
Voltou a se sagrar campeão carioca em 1935, o quinto título do Botafogo no período de 1930 a 1935. O Botafogo utilizou nesses seis anos 69 jogadores. Martim foi um dos que mais jogou: esteve em 81 jogos.
Esteve com a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1938, na França, como capitão da equipe e participou de três dos cinco jogos.
Também nesta Copa aconteceu sua despedida da Seleção Brasileira, em 16 de junho de 1938, na derrota de 2 x 1 para a Itália.
Foram 27 jogos pela Seleção Brasileira (seis oficiais): 17 vitórias, 5 empates e 5 derrotas.
Permaneceu no Botafogo até 1940. Seu último jogo com a camisa do Botafogo aconteceu em 15 de dezembro de 1940, na vitória de 2 x 1 sobre o América.
No início do ano de 1941, o Botafogo acertou uma excursão ao México. O veterano Martim não só não foi incluído na delegação, como não teve o seu contrato renovado.
Para a campanha do campeonato carioca de 1944, Martim Silveira foi contratado para técnico Martim Silveira. Revelara-se nessas novas funções no Canto do Rio.
Na metade do ano, gravemente enfermo, Martim Silveira  deixou a direção do Botafogo. Foi então contratado Ítalo Fratezzi, o popular Bengala.
Logo nos primeiros dias de fevereiro de 1946, Bengala preferiu voltar para Belo Horizonte e Martim foi novamente chamado para treinar o Botafogo.
Ainda foi treinador do Botafogo nos anos de 1952 e 1953.
Faleceu no Rio de Janeiro (RJ), no dia 27 de maio de 1972.

terça-feira, 1 de março de 2011

Vol. IV - OG MOREIRA, O MAESTRO


Excelente centro-médio, posição que hoje corresponderia a de médio-volante, Og Moreira nasceu em Nova Friburgo (RJ), em 22 de outubro de 1917.
Tinha tanta classe em campo que recebeu o apelido de Toscanini, em homenagem ao maestro italiano Arturo Toscanini, pelo talento demonstrado com a bola nos pés.
Foi o primeiro negro a vestir a camisa do Palestra Itália, atual Palmeiras.
Nunca defendeu a Seleção Brasileira.
Começou no futebol em sua cidade natal e aos 16 anos, ainda juvenil, passou a integrar o time principal do Fluminense Atlético Clube, que se sagrou campeão de futebol de Nova Friburgo em 1933.
No ano de 1935, foi convocado para defender a Seleção do Estado do Rio de Janeiro (seleção fluminense). Disputou apenas um jogo no Campeonato Brasileiro de Seleções daquele ano. No dia 24 de março de 1935, no estádio General Severiano, na cidade do Rio de Janeiro, a seleção do Rio de Janeiro perdeu para a Bahia, por 5 x 4.
Logo depois, transferiu-se para o América, do Rio de Janeiro.
Faz sua estréia no América no dia 9 de junho, no empate de 1 x 1 com o Flamengo, em jogo válido pelo Torneio Aberto da Liga Carioca de Football, no campo do Fluminense. O América formou com Valter, Vital e Cachimbo; Oscarino, Og Moreira e Possato; Lindo, Clóvis, Carola, Jardel e Orlandinho. O Flamengo jogou com Germano, Carlos Alves e Marin; Alemão, Barbosa e Reinaldo; Sá, Beijinho, Alfredo, Nelson e Jarbas. Guilherme Gomes foi o árbitro. Carola marcou para o América e Sá para o Flamengo.
Neste ano de 1935, o América se tornaria campeão da Liga Carioca de Football, com Og Moreira completando 18 anos.
Og disputou todos os 15 jogos da campanha do América: foram 12 vitórias, 1 empate e duas derrotas, 50 gols a favor e 20 contra. Og marcou apenas um gol, na goleada de 7 x 2 sobre a Portuguesa, no dia 29 de setembro.
De 1936 a 1939, continuou no América, que foi 3º colocado em 1936 e 5º nos anos de 1937 a 1939. Atuando pela Seleção Carioca, sagrou-se bicampeão brasileiro nos anos de 1938 e 1939.
Em 1940, Og tinha a reputação de ser um dos maiores jogadores do Brasil e figura certa na seleção nacional que seria convocada para a disputa da Copa Roca (o que acabou não acontecendo). Crises e mais crises passam-se a suceder, numa seqüência e interminável, com notórios reflexos no prestígio do América.
Apesar de não pretender desfazer-se de seu mais eficiente jogador, tendo aceitado inclusive as altas exigências por ele apresentadas para a renovação do contrato. Eis, entretanto, que, depois de tudo acertado, Og deixa de lado a palavra empenhada e ainda no começo do campeonato carioca, transfere-se para o Racing, da Argentina.
A aventura durou pouco. Estreou no Campeonato Argentino de 1941, no dia 14 de abril, na goleada do Racing sobre o River Plate, por 6 x 3. Quando todos acharam que o time embalaria, vieram as derrotas seguidas e Og foi parar no banco. O campeonato acabou no dia 22 de dezembro e o Racing ficou com o quinto lugar, entre 18 clubes participantes. O Boca Juniors foi o campeão daquele ano.
Ano e meio mais tarde, regressava da Argentina, contratado pelo Fluminense.
Sua estréia no Fluminense aconteceu no dia 20 de abril de 1941, num amistoso no Estádio das Laranjeiras, 1 x 1 com o Flamengo (logo após a excursão que o Fluminense fez a Buenos Aires, Argentina).
Og Moreira estreou juntamente com Renganeschi.
O Fluminense jogou com Batatais, Norival e Renganeschi; Afonso, Og Moreira e Spinelli; Pedro Amorim, Russo, Rongo, Tim e Carreiro.
O Flamengo com Yustrich, Nilton e Volante; Pichim, Jaime e Médio; Sá, Zizinho, Hortênsio, Nadinho e Jarbas. Mário Vianna foi o árbitro do jogo, realizado no estádio das Laranjeiras.
O Fluminense foi campeão carioca após disputar 29 jogos (22 vitórias, 5 empates e duas derrotas). Og permaneceu mais tempo na reserva do que no time titular. Disputou apenas 4 jogos, tendo marcado um gol.
Insatisfeito, mudou para São Paulo, contratado pelo então Palestra Itália (atual Palmeiras). Sua estréia aconteceu em 4 de março de 1942, com derrota para a Portuguesa de Desportos, por 4 x 2, em um amistoso realizado no Parque Antarctica.
Formou o Palmeiras com Oberdan, Junqueira e Begliomini; Oliveira, Og Moreira e Del Nero; Cláudio, Waldemar Fiúme, Cabeção, Lima e Pipi.
A Portuguesa de Desportos atuou com Barqueta, Pepino e Ulisses; Mimi, Jota e Alberto; Genarino, Charuto, Luizinho, Arthur e Antoninho.
Ameleto Riciarelli foi o árbitro do jogo.
Sobre a estréia de Og no Palmeiras, a Folha da Manhã disse: “O centro-médio carioca (Og) que iniciara indeciso, gradativamente foi firmando o seu padrão de jogo, sem contudo atingir tudo de que é capaz, o que é natural, já que se trata de uma primeira apresentação”.
No dia 20 de setembro de 1942, o Palestra Itália sagraria-se campeão paulista ao vencer o São Paulo por 3 x 1, jogando no Estádio do Pacaembu.
No segundo tempo, Og Moreira teve decisiva participação no jogo. Aos 14 minutos, Og Moreira arriscou um chute de fora da área, que foi aproveitado por Echevarrieta, de cabeça, deslocando o goleiro Doutor, marcando o terceiro gol do Palestra.
Aos 19, Og controlava a bola na entrada da área, quando Virgilio lhe dá um carrinho violento. O árbitro Jayme Rodrigues Janeiro apita, marca o pênalti e aponta para fora do gramado, expulsando o zagueiro são-paulino. Há a intervenção de outros jogadores, permanecendo o jogo parado. É solicitada a intervenção da polícia. Luizinho conversa com seus companheiros e decidem abandonar o gramado. O árbitro espera pelo tempo regulamentar e como os jogadores do São Paulo não retornam ao campo, dá o jogo por encerrado.
O público foi de 45.913 torcedores, que viram o Palestra Itália campeão com Oberdan, Junqueira e Begliomini; Zezé Procópio, Og Moreira e Del Nero; Cláudio, Waldemar Fiúme, Echevarrieta, Villadoniga e Lima. O treinador era Del Debbio.
O São Paulo jogou com Doutor, Piolim e Virgílio; Lola, Noronha e Silva; Luizinho, Waldemar de Brito, Leônidas, Remo e Pardal.
No ano de 1943 foi vice-campeão brasileiro, atuando pela Seleção Paulista.
Consagrou-se novamente campeão paulista defendendo o Palmeiras em 1944. No mesmo ano, defendeu a Seleção Paulista no Brasileiro de Seleções, novamente ficando com a segunda colocação.
Defendeu o Palmeiras nos anos de 1945 e 1946, quando o clube não realizou boas campanhas, ficando com a terceira e a quinta colocações, respectivamente.
Em 1946, foi, de novo, vice-campeão do Brasileiro de Seleções, defendendo a Seleção Paulista.
Não mais como titular absoluto, sagrou-se novamente campeão paulista em 1947.
Pouca gente entendeu por que dois grandes valores do Palmeiras, Og Moreira e Lima, não vinham sendo aproveitados pelo técnico Osvaldo Brandão desde a temporada de 1947.
As coisas só começaram a clarear em 1948, quando se soube que Brandão havia denunciado Lima à diretoria do Palmeiras, acusando-o de haver “amolecido o jogo” contra o Corinthians, disputado no dia 23 de novembro e que Og Moreira fora o intermediário de uma transação excusa. Nada ficou provado mas, ainda assim, Brandão pediu rescisão do contrato.
O último jogo de Og Moreira no Palmeiras aconteceu em 22 de maio de 1949, em Tupã (SP): empate de 2 x 2 com o clube do mesmo nome.
No Palmeiras, Og Moreira fez um total de 197 jogos e marcou 27 gols. No mesmo ano de 1949, transferiu-se para o Nacional, da capital, onde fez sua estréia no dia 31 de julho, na derrota de 2 x 0 diante do Ypiranga. Foram poucos jogos com a camisa do Nacional e logo depois passou para o Juventus, onde encerrou sua carreira no ano de 1951.
Continuou no futebol, defendendo a equipe dos Veteranos Paulistas.
Desconhecemos a data de seu falecimento.